Numa sociedade onde há tanta violência, tantos valores invertidos, quem vai mudar o mundo é o cristão que obedece ao Cristo ressuscitado. A afirmação é do padre Lucas Pina, da Paróquia São Francisco de Assis, na homilia da Missa do 6º Dia do Oitavário da Festa da Penha, realizada na tarde desta sexta-feira (5). “Maria, caminha com tua Igreja!” foi o tema do dia, e toda a Missa foi uma afirmação de que essa Igreja está assentada sobre uma única pedra angular: Jesus Cristo, cujo chamado devemos seguir com obediência, para depois testemunharmos nossa própria ressurreição.
A missa foi realizada no Campinho do Convento da Penham], presidida pelo padre Alessandro Rebonato, da Paróquia São Pedro Apóstolo. O Salmo Responsorial convidou todos para que se alegrassem no Senhor, e também avisou que havia uma pedra angular, justamente a que foi rejeitada pelos construtores. Na homilia do padre Lucas Pina, a base onde foi assentada a Igreja tinha ressuscitado. Ele vive, e a Ele devemos obediência.
A obediência e a perseverança estavam presentes já na primeira leitura, na passagem bíblica de Atos, onde os apóstolos foram presos e ameaçados simplesmente porque estavam pregando o Cristo ressuscitado. Padre Lucas ressaltou que Pedro e João, em vez de recuarem diante dos sacerdotes, em vez de temerem as ameaças de prisão, de apedrejamento, de morte, lembraram que crucificaram Jesus de Nazaré, mas que agora o Cristo está vivo, ressuscitado.
“A ressurreição não é uma mentira, não é uma invenção, não é uma fábula. Porque ninguém morreria por uma mentira”, disse o religioso, destacando que os apóstolos preferem enfrentar as ameaças do que abrir mão de propagar a mensagem verdadeira: o Senhor está vivo! “Nós que vivemos hoje e somos os discípulos dessa atualidade, será que temos a mesma ousadia, a mesma coragem?”, questionou.
Padre Lucas lamentou que muitos hoje estão tentando adequar o Evangelho às coisas do mundo, sob o argumento de que está ultrapassado, que é uma doutrina para os cristãos daquela época. “Homens e mulheres foram presos, apedrejados e mortos para pregar Cristo ressuscitado. E agora, o que nós estamos fazendo? Se escondendo, com medo, se vendendo para o mundo? A troco de quê? Será que não fizemos a experiência do ressuscitado?”
“Se nós fizermos a experiência com o Senhor, nós não teremos medo diante do mundo que está contra os ideais e os valores cristãos. Do mundo que quer, infelizmente, silenciar o Evangelho. Nós seremos profetas se de fato acreditamos no Pão da Vida que comungamos”, garantiu o religioso. E ressaltou que o cristão deve evitar ser como Judas, que vendeu o Senhor por trinta moedas, ou como o governador romano Pôncio Pilatos, que lavou as mãos quando da crucificação de Jesus.
Frisou que não basta colocar uma cruz no peito, ou vestir uma camisa com a estampa de Nossa Senhora da Penha. Antes, é necessário dizer que a nossa fé não está sendo negociada, que Jesus Cristo é a nossa verdade: “Mesmo que tirem a nossa vida, mesmo que nos chamem de ultrapassados, nós cremos na verdade, porque não estamos seguindo fábulas, nem filosofias, nem ideologias. Nós seguimos uma pessoa e o seu sepulcro está vazio, porque Ele vive e reina em nosso meio.
”Toda a programação desta sexta enfatizou a obediência e a perseverança. Mais cedo, às 14 horas, foi realizada a Romaria dos Militares, já tradicional na programação da Festa da Penha. Às 19h30, ainda no Parque da Prainha, a cantora Eliana Ribeiro se apresentou ao lado do grupo Mães que Oram Pelos Filhos, levando ao público a mensagem de que orações têm poder e podem transformar vidas. A programação contou com a participação de Padre Gudialace Oliveira e AMO Vox.
A Festa da Penha é a principal festa religiosa do Espírito Santo e uma das três maiores festas marianas do Brasil. O evento tem 454 anos de tradição, e na edição de 2024 traz como tema: “Ó, vem conosco, vem caminhar”. A Festa começou no último domingo (31) e vai até a próxima segunda-feira (8). Está entre os maiores e mais antigos eventos religiosos do Brasil, de grande relevância na identidade e na cultura do povo capixaba. É uma realização da Mitra Arquidiocesana de Vitória, Convento da Penha e Associação dos Amigos do Convento da Penha, e correalização da Prefeitura de Vila Velha.
Tem apoio institucional da Prefeitura da Serra e da Prefeitura de Cariacica, apoio da TV Gazeta, A Gazeta, Café 3 Corações e TVE. Copatrocínio da Unimed; Patrocínio Master da ArcelorMittal; e patrocínio do Banestes, Cesan, Atlântica Petróleo, Extrabom Supermercados, Javé Construções e Incorporações, Shopping Vila Velha, Vale e Instituto Cultural Vale. O evento é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria de Estado da Cultura.