Nos festejos da Penha, a manhã de sábado (6) foi mais colorida e inclusiva. A Romaria das Pessoas com Deficiência começou logo cedo, às 8 horas, com saída da Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, até o Parque da Prainha, com cerca de 2 mil pessoas. No trajeto e na Missa, realizada em frente à Igreja do Rosário, o pedido foi pelo fim do capacitismo e do preconceito.
A celebração presidida pelo padre Carlos Pinto Barbosa começou com a leitura de uma carta aberta, lida pela cadeirante Mônica Martins, da Paróquia do Perpétuo Socorro, Praia da Costa, pedindo o fim do capacitismo e do preconceito. “Capacitismo é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência. Em sociedades capacitistas, a ausência de qualquer deficiência é visto como o normal, e pessoas com alguma deficiência são entendidas como exceções; a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido, se possível por intervenção médica. Usa-se para descrever a discriminação, preconceitos e opressão contra pessoas com deficiência físico-motora, visual, auditiva, intelectual, de aprendizagem, condições do espectro autista, colostomia, entre outras, advindos da noção de que pessoas com deficiência são inferiores às pessoas sem deficiência. Inclui, desta forma, tanto a opressão ativa e deliberada (insultos, considerações negativas, arquitetura inacessível) quanto a opressão passiva (como reservar às pessoas com deficiência tratamento de pena, de inferioridade/subalternidade). Então, nesse momento que estamos reunidos em Romaria, pedimos: Chega de rótulos! Chega de discriminação”, dizia a carta.
A Missa contou com a participação do Frei Gustavo Medella, Vigário Provincial, e do padre Gilberto Roberto, de Cachoeiro de Itapemirim. Ele, que é cadeirante, disse estar participando pela primeira vez da Romaria e já pretende voltar no próximo ano.
Também pela manhã foi celebrada a Missa com a Romaria da Diocese de São Mateus, no Campinho do Convento. Mais de 35 ônibus e três vans chegaram na caravana vinda do município e região. A celebração foi presidida pelo bispo da Diocese de São Mateus, Dom Paulo Bosi Dal’Bó. Ainda na manhã do sábado, o Parque da Prainha já começava a ganhar a alegria dos grupos que chegavam aos poucos para a Romaria dos Adolescentes. Eles subiram a ladeira do Convento da Penha e, chegando ao Campinho, vários grupos se juntaram para assistir a Missa presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Andherson Franklin.
Dom Andherson também será o responsável, logo mais, às 18 horas, pela Missa de Envio da Romaria dos Homens, direto da Catedral Metropolitana de Vitória. A saída da Romaria está marcada para as 19 horas, logo ao fim da celebração. A caminhada de 14 quilômetros termina no Parque da Prainha, quando acontece, às 23 horas, Missa de Encerramento da Romaria dos Homens com o arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Dario Campos.
A Festa da Penha é a principal festa religiosa do Espírito Santo e a 3ª maior festa mariana do Brasil. O evento tem 454 anos de tradição, e na edição de 2024 traz como tema: “Ó, vem conosco, vem caminhar”. A Festa começou no último domingo (31) e vai até a próxima segunda-feira (8). Está entre os maiores e mais antigos eventos religiosos do Brasil, de grande relevância na identidade e na cultura do povo capixaba. É uma realização da Mitra Arquidiocesana de Vitória, Convento da Penha e Associação dos Amigos do Convento da Penha, e correalização da Prefeitura de Vila Velha.
Tem apoio institucional da Prefeitura da Serra e da Prefeitura de Cariacica, apoio da TV Gazeta, A Gazeta, Café 3 Corações e TVE. Copatrocínio da Unimed; Patrocínio Master da ArcelorMittal; e patrocínio do Banestes, Cesan, Atlântica Petróleo, Extrabom Supermercados, Javé Construções e Incorporações, Shopping Vila Velha, Vale e Instituto Cultural Vale. O evento é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria de Estado da Cultura.